Brasileiras são as que mais doam leite materno no mundo, diz pesquisa

10 de abril de 2017

O Brasil é referência na doação de leite materno. Além de ter muitos bancos de leite, o país tem o maior número de doadoras. É o que revela uma pesquisa inédita da Organização Pan-Americana de Saúde, publicada nesta quarta-feira (2).

Amamentar as gêmeas agora está fácil, mas não foi assim na primeira gravidez da Laiane da Silva Lima, de 24 anos. O filho mais velho, que hoje tem seis anos, nasceu prematuro e ficou quatro meses internado. Com as meninas, a situação inverteu e todo dia a Laiane separa leite para doar. Por semana, são seis potinhos.

O material que chega aos bancos de leite vai primeiro para uma sala, onde fica, por no máximo, 15 dias a uma temperatura baixíssima e depois é pasteurizado. Nesse processo, passa por análise e são eliminadas todas as bactérias. As mães precisam apresentar exames de sangue. Tudo para garantir a segurança e a qualidade.

O Brasil tem hoje 72,9% dos bancos de leite de todo o mundo (clique aqui para ver onde eles estão). O país se tornou referência na doação de leite materno, porque além da grande quantidade de bancos, tem a maior quantidade de doadoras do mundo.

O Distrito Federal é exemplo no Brasil. Por mês, as mães doam cerca de 1,3 mil litros de leite. Dá para atender todos os bebês que estão internados nas UTIs. Em outros estados, os bancos atendem, em média, 70%.

Mas dá para fazer mais. O ideal seria atender até as mães que têm pouco leite e estão em casa. “O aleitamento materno tem a capacidade de reduzir a mortalidade em até 13%. Então, é uma ação extremamente importante para melhoria da qualidade de vida da nossa população. A criança que é amamentada tem menos risco de ser obesa, de ter diabetes, de ter hipertensão, de ter colesterol alto”, explica a médica Miriam Santos, coordenadora do banco de leite do Distrito Federal.

Para o Ministério da Saúde, o Brasil é líder em doação porque aqui existem políticas públicas que incentivam a amamentação, diferente de outros países, onde as licenças maternidade, por exemplo, são menores.