Comecei a amamentar. E agora, como me alimentar?

25 de agosto de 2017

Durante a gestação e após o nascimento do filho, toda nova mãe, seja de primeira viagem ou não, escuta vários conselhos sobre o que pode ou não comer, quais alimentos aumentam a produção de leite, que comidas dão cólicas no bebê, entre outras dicas. Com a Thays Martins, ortodontista e mãe de primeira viagem, não foi diferente. “Sempre tive bastante medo porque eu ouvia muito falar sobre as cólicas do bebê. Então, eu procurei ler e me orientar com uma nutricionista e saber o que eu poderia evitar para que meu filho não sofresse”, comenta.
Antes de sair cortando tudo da alimentação por conta dos conselhos que ouvia, Thays procurou ajuda profissional. “Fui orientanda a continuar com a minha dieta de sempre, mas que era apenas para evitar alguns alimentos que fossem pesados para o meu bebê. Apenas evito grande quantidade, não deixo de comer”, comenta a Thays, que pretende amamentar Heitor, de dois meses, o máximo que puder.

O Ministério da Saúde recomenda o aleitamento materno exclusivamente até os seis meses e, de forma complementar até os dois anos ou mais de vida da criança. Uma boa alimentação da mãe é muito importante durante este período. Afinal, o leite materno é o alimento mais completo e indicado para o crescimento e desenvolvimento do bebê.

 

Alimentação equilibrada

A mulher deve ter uma dieta equilibrada, com a quantidade adequada de calorias, incluindo em sua refeição diária o feijão, arroz, verduras, frutas, leite, carnes, além do consumo de pelo menos 2 litros de água por dia, orienta a coordenadora das Ações de Aleitamento Materno do Ministério da Saúde, Fernanda Monteiro. “A mãe não deve tirar os alimentos que está habituada a comer porque está amamentando. O que ela deve fazer é observar se a criança apresenta cólica ou incomodo após mamar. Se isso acontecer, ela deve e se recordar quais foram os alimentos que consumiu na última refeição e reduzir a quantidade do alimento suspeito na próxima vez que tiver acesso”, ressalta.

As cólicas são comuns nos primeiros meses de vida por causa da imaturidade do trato gastrointestinal do bebê. Por isso, não é necessário restringir nenhum alimento da rotina alimentar da mãe. “Esse é um processo de adaptação, é natural a criança ter cólicas, pois o trato gastrointestinal ainda está em formação. A criança precisa passar por esse processo de adaptação, claro que se o bebê sente desconforto quando a mãe ingere um determinado alimento, é preciso reduzir e, em alguns casos retirar da dieta. Só o dia a dia na relação mãe e filho é que vai apontar os alimentos que ela deverá reduzir o consumo ou até mesmo retirar por um período”, explica.

A orientação do Ministério da Saúde é que a mãe tenha uma alimentação saudável, com muitas frutas, verduras, proteína, cálcio e sempre tentar ter uma alimentação equilibrada, pois é fundamental para a recuperação da mãe e o sucesso da amamentação.

Dicas para uma boa alimentação durante a amamentação:

• Coma alimentos naturais e evite industrializados

• Procure um nutricionista

• Não se preocupe em perder peso

• Beba bastante líquido

• Durma bem

• Não fique muito tempo sem comer

 

Aumento da produção e perda de peso

“Toma cerveja preta, come canjica, come isso”, ouviu frequentemente a estudante Fernanda Martins, mãe de dois filhos. Na prática, no entanto, ela notou que nada funcionou. Para Fernanda, a alimentação in natura foi o melhor caminho para ter mais disposição e alimentar seus filhos. “Comi muito vegetal, tomei muito suco natural, comia muita verdura e evitava alimentos pesados. Acho que isso faz muita diferença”, opina. Para ela, a melhor orientação é procurar um nutricionista para não se sentir fraca e não perder peso sem saúde – uma das recomendações para pessoas que querem alimentar seus filhos sem medo.

A coordenadora explica como aumentar a produção de leite. “Quanto mais o bebê suga, mais aumenta a produção do hormônio responsável pela produção de leite materno. Por isso, recomendamos a amamentação por livre demanda, sem hora para mamar. A criança é que estabelece a frequência das mamadas. Além do consumo adequado de calorias na dieta pela mãe”, destaca.

A preocupação para retornar ao peso pré-gestacional e manter uma boa alimentação para o filho também é comum. “A mulher precisa se alimentar bem e não se preocupar com peso. Com a amamentação naturalmente a mãe vai perder peso e nutrir seu filho, não sendo indicada qualquer dieta restritiva”, alerta Monteiro. Durante o período de lactação as necessidades enérgicas da mãe aumentam e são necessários em média 500 kcal a mais por dia nos primeiros 6 meses para cobrir o gasto calórico para a produção do leite materno.

Fonte: Blog da Saúde.